Existem muitas interpretações dentre os estudiosos bíblicos sobre este assunto, portanto, precisamos entender acerca acerca da identidade e o ministério das duas testemunhas.
Conforme lemos em Apocalipse 11:10, elas representam dois profetas. Se interpretarmos este verso isoladamente, podemos presumir que se tratam de dois homens literais.
Uma interpretação fundamentada nos profetas
É imprescindível entender que o livro de Apocalipse realiza muitas conexões com outros escritos sagrados.
Neste caso, lemos nos últimos versos de Malaquias 4 os nomes de Moisés e Elias, dois homens importantes que servem de referência:
“Lembrai-vos da Lei de Moisés, meu servo, a qual lhe prescrevi em Horebe para todo o Israel, a saber, estatutos e juízos. Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível Dia do SENHOR; ele converterá o coração dos pais aos filhos e o coração dos filhos a seus pais, para que eu não venha e fira a terra com maldição” (Ml 4:4-6).
Lembrando que as duas testemunhas realizarão sinais semelhantes como fizeram Moisés e Elias:
“Elas têm autoridade para fechar o céu, para que não chova (sinal de Elias) durante os dias em que profetizarem. Têm autoridade também sobre as águas, para convertê-las em sangue (sinal de Moisés), bem como para ferir a terra com toda sorte de flagelos, tantas vezes quantas quiserem” (Ap 11:6, grifo nosso).
Estas referências apontam para uma unção profética a qual Deus repartirá sobre os muitos servos posicionados para este mesmo propósito, antes do terrível Dia do Senhor e esta unção que é repartida perfaz a unção de dois profetas: Moisés e Elias.
O Propósito das Duas Testemunhas nos Últimos Dias
As duas testemunhas profetizarão por 1.260 dias (Ap 11:3). Este ministério compreenderá a primeira metade da última semana, i.e., 3 anos e meio iniciais dos últimos sete anos.
Neste mesmo período, as primeiras trombetas (das sete trombetas do Apocalipse) serão tocadas, envolvendo elementos como “sangue e fogo”.
Estes mesmos elementos também estão presentes no contexto do profeta Joel, quando é conclamado o alerta do Senhor mediante toque de trombeta e o Espírito é derramado sobre os seus servos, acompanhado de sinais: “Farei com que apareçam coisas espantosas no céu e na terra: haverá sangue, e fogo, e nuvens de fumaça” (Joel 2:30).
Uma das funções das duas testemunhas envolve o chamado para que todas as nações da terra despertem para arrependimento.
São as Duas Oliveiras e os Dois Candelabros diante do Senhor
As duas testemunhas também representam “as duas oliveiras e os dois candelabros que estão em pé diante do Senhor do mundo inteiro” (Ap 11:4).
Considerando que as 7 igrejas da carta de Apocalipse são os 7 candelabros ( Ap 1:20), quando nos deparamos com a afirmação de que as duas testemunhas são, também, os dois candelabros, lembramos de Esmirna e Filadélfia: os dois candelabros/igrejas que estão firmes, posicionados e que não sofrem repreensão diante do Senhor. Estas duas igrejas representam dois conjuntos de pessoas que perfazem um povo fiel.
Existe uma relação destas duas igrejas (dois candelabros) com as duas oliveiras, conforme lemos em Zacarias 4:
Zc 4:2-3: “e me perguntou: Que vês? Respondi: olho, e eis um candelabro todo de ouro e um vaso de azeite em cima com as suas sete lâmpadas e sete tubos, um para cada uma das lâmpadas que estão em cima do candelabro. Junto a este, duas oliveiras, uma à direita do vaso de azeite, e a outra à sua esquerda.”
Zc 4:11-12: “Prossegui e lhe perguntei: que são as duas oliveiras à direita e à esquerda do candelabro? Tornando a falar-lhe, perguntei: que são aqueles dois raminhos de oliveira que estão junto aos dois tubos de ouro, que vertem de si azeite de ouro? “
Zc 4:14: “Então, ele disse: São os dois ungidos, que assistem junto ao Senhor de toda a terra. “
O texto diz que estes são os dois ungidos que então diante do Senhor de toda a terra!
Ou seja, as duas testemunhas, ou os dois ungidos, estão tipificados em Zacarias, como sendo duas oliveiras, dois ramos que vão para 2 tubos, que vertem de si azeite de ouro (unção profética), e que abastecem a Menorah, i.e., o candelabro.
Gentios e Judeus unidos em Cristo no mesmo Propósito
Precisamos observar a mensagem de Paulo, em Romanos 11, onde ele classifica os gentios como oliveira brava e os judeus como oliveira cultivada.
Estas duas oliveiras unidas em Cristo Jesus representam a união das Duas Casas de Israel: Efraim e Judá (Jr 31:31-34 e Hb 8:8-10).
Paulo afirma em Cl 2:17: “…tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo”.
Existe uma valiosa obra do Senhor para o pleno acendimento da Menorah, visto que este artefato é sombra de uma realidade que Deus quer nos mostrar, na nova aliança, apontando para a plenitude do Espírito sobre a Igreja no tempo do fim!
Ora se as 7 igrejas são também 7 castiçais, Filadélfia e Esmirna representam 28% da totalidade.
Portanto, são dois candelabros que também representam duas testemunhas, irrepreensíveis, e que se encontram em pé diante do Senhor de toda a terra!
Elas terão a responsabilidade de despertar as outras cinco igrejas para o arrependimento, ou seja, fazer com que as chamas das outras lâmpadas da Menorah se acendam, formando uma Igreja cheia dos sete espíritos de Deus no tempo do fim.
Seja um desses atalaias à disposição do Senhor!
Como estamos vendo agora, as duas testemunhas, não podem ser dois homens literais, apenas. Elas apontam para uma pequena parte da igreja, sobre a qual está vertendo azeite de ouro, ou seja, a plenitude do espírito de Deus.
Trata-se de um povo de Deus posicionado, como atalaias, prontos para tocar suas trombetas, despertando o restante da igreja, anunciando arrependimento para todas as nações da terra, antes da volta do Senhor, qual seja, o Dia da Expiação!
Andarão dois juntos, se não houver entre eles acordo? … Tocar-se-á a trombeta na cidade, sem que o povo se estremeça? Sucederá algum mal à cidade, sem que o SENHOR o tenha feito? Certamente, o SENHOR Deus não fará coisa alguma, sem primeiro revelar o seu segredo aos seus servos, os profetas. Rugiu o leão, quem não temerá? Falou o SENHOR Deus, quem não profetizará? (Amós 3:3;6-8).
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