Poderíamos elencar diversas representações malignas e suas peculiaridades que são investidas contra os músicos e ministros do altar, contudo, existem pilares que sustentam essa poderosa e ardilosa atividade das trevas, principalmente pela imoralidade e pela ganância.
As sutilezas tentadoras da imoralidade sexual
Sabe-se que a imoralidade sexual tem sido uma arma eficiente de Satanás contra a humanidade, assolando com extrema veemência desde a era antediluviana, visto que “a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente” (Gênesis 6:5).
Desde os tempos antigos, o paganismo desenvolve adoração e cânticos em prol da deusa da fertilidade, cuja representação maligna se apresentava com alguns nomes distintos, tais como: Astarte, na cultura fenícia; Afrodite, na cultura grega e; Vênus, na cultura romana.
O único propósito dessa potestade era de abrir caminhos para a imoralidade sexual. Por vezes, a humanidade foi entorpecida pela atuação desse caminho tortuoso e letal, inclusive, maculando alguns reinados de Israel, tal qual o de Salomão (1 Reis 11:5).
Infelizmente, nos dias de hoje, o inimigo tem usado a música para seduzir muitas almas ao caminho da carnalidade, usufruindo da falta de entendimento acerca do poder espiritual emanado através das músicas laicas, apoderando-se, até mesmo, da mente de cristãos.
Uma Poderosa Atuação nas Culturas e Etnias
Para melhor ilustrar esta poderosa influência, podemos referenciar a cultura grega citada por Tomáz (2004), dizendo que “o termo harmonia tinha, na Grécia, um grande campo de aplicação e englobava não somente a prática musical e a afinação do instrumento, mas também um equilíbrio físico e mental”.
Pode-se substituir este termo “equilíbrio” físico e mental por “domínio” físico e mental, visto a manipulação demoníaca que influenciava cada composição e melodias musicais propostas naquela cultura.
Além disso, Tomáz acrescentou que:
Essa associação, que já se encontrava nas narrativas mitológicas e que também fora desenvolvida e firmada por Pitágoras, se justifica com base na convicção de que a música exerce uma influência profunda e direta sobre os espíritos, e consequentemente, na sociedade em seu conjunto.Esse poder da música se fundamenta na crença de que cada harmonia provoca no espírito um determinado movimento, pois cada modo musical grego era associado a um éthos específico, ou seja, a um caráter particular de ser.As melodias eram compostas sobre estes modos e, por isso, adquiriam a qualidade específica de cada um deles, como, por exemplo, lamentoso, heroico, entre outros. (Tomáz, 2004, p. 17 – grifo nosso).
Nota-se que a corrupção humana foi aumentando a cada imersão nos contos mitológicos e nas práticas ocultas para satisfazer desejos ilícitos. Rodolfo (2018) elenca, dentre esses contos, o surgimento de uma flauta chamada de diaulo ou tíbia dupla, tocada por um sátiro, uma representação pitoresca da mitologia grega, ornada com os ossos do cervo e mostrando simbolicamente uma possibilidade sonora repleta de sangue, com a finalidade de produzir duas melodias simultâneas, frequentemente utilizada em festas com conotações eróticas.
Outra referência advinda dos gregos está no balizamento da harmonia musical com a harmonia cosmológica.
De acordo com Rodolfo (2018), “Pitágoras descreve um princípio numérico denominado symbolon, que articula a dicotomia entre a prática musical e as atividades das sirenas”, sendo que tais figuras mitológicas eram capazes de produzir os sons do universo, além de reproduzir cantos doces e envolventes capazes de seduzir os navegadores para o fundo do mar, ou seja, para a morte.
É importante salientar que o caminho pavimentado pelo inimigo nos tempos antigos serviu de fundamento para influenciar continuamente as futuras gerações e povos. Atualmente, podemos testemunhar uma vasta quantidade de videoclipes de músicas seculares com conotação erótica, cujo real objetivo é entorpecer e atrair pessoas para esse abismo letal e não somente mero entretenimento.
MAMOM – O caminho da GANÂNCIA e da AVAREZA
Outra carga de influência maligna está na área financeira, sendo empecilho, por diversas vezes, para o povo de Israel e para os cristãos atuais.
Essa atuação demoníaca foi tratada por Jesus, no evangelho de Mateus 6:19-24, em que fez referência a um demônio chamado Mamom, exortando o povo que “ninguém pode servir a dois senhores”, ou seja, é impossível servir a Deus e a Mamom.
Este foi o único demônio no qual Jesus chamou de “senhor”. Curiosamente, este teônimo também faz identificação ao deus Baal, cujo título honorífico pode ser traduzido para: ele governa ou ele possui.
Sabe-se que Baal e Astarote foram as entidades malignas que atuaram, demasiadamente, com o intento de desviar o povo de Israel dos propósitos de Deus e, até hoje vêm agindo também contra a Igreja de Cristo, aprisionando almas por meio da ganância e da voluptuosidade.
A música tem sido um desses mecanismos, pela qual as potestades enlaçam com cordéis manipuladores, injetando nas marionetes humanas recompensas fúteis deste mundo, retirando delas o anseio pela gloriosa eternidade do Reino de Deus.
O profeta Isaías, referindo-se a Tiro, pronunciou juízo contra as suas ações, no qual usara de canções de prostituta para manipular o seu comércio.
Toma a harpa, rodeia a cidade, ó prostituta entregue ao esquecimento; faça doces melodias, canta muitas canções, para que haja memória de ti. Porque será no fim de setenta anos que o Senhor visitará a Tiro, e ela tornará à sua ganância de prostituta, e prostituir-se-á com todos os reinos que há sobre a face da terra.E o seu comércio e a sua ganância de prostituta serão consagrados ao Senhor; não se entesourará, nem se fechará; mas o seu comércio será para os que habitam perante o Senhor, para que comam até se saciarem, e tenham vestimenta durável. (Isaías 23:16-18, grifo nosso).
Uma Grande Meretriz e a sua Ganância de Prostituta
Percebe-se que a “ganância de prostituta” ilustra as duas potestades mencionadas anteriormente (Mamom e Astarote), pois ambas costumavam agir contra o povo de Deus, promulgando um comércio de troca entre as nações.
Por um lado, a troca da fidelidade a Deus pelo amor ao dinheiro. Por outro lado, a transmutação da noiva desposada de Cristo, em prostituta de todos os reinos. Um verdadeiro sistema implementado pelo diabo, conhecido como sistema babilônico.
Este sistema dominador das trevas tenta envolver a grande massa de pessoas para oferecer condições altamente atrativas, como é o caso de canais e mídias sociais da internet, com critério de monetização.
Trata-se de um processo de converter publicações em dinheiro, principalmente músicas e vídeos. Esta ferramenta impulsiona em seus usuários diversos desejos de maneira desenfreada, tornando-os cativos dentro deste sistema, amarras da imoralidade e da ganância.
Um posicionamento diante de tanta contaminação
Um servo de Deus deve percorrer o sentido contrário do sistema babilônico, buscando ouvir a voz do Espírito Santo concernente às divulgações de seus conteúdos, para imperar a vontade de Deus e não os desejos compulsivos da naturalidade humana.
O apóstolo Paulo orienta, em Colossenses 3:2, que precisamos “pensar nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra”.
Sabendo disso, todo servo deve olhar para este cenário como de uma guerra, porém espiritual, como bem ilustrou Paulo a Timóteo, dizendo que “ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra” (2 Timóteo 2:4).
Portanto, deve-se estar atento às armadilhas do inimigo, guardando o coração para não ser dominado por desejos carnais e desvirtuar princípios construídos em Deus.
Abster-se de usar as redes sociais não é a melhor alternativa, tendo em vista que, o uso apropriado em benefício do Reino favorece o alcance de diversas almas.
O mais apropriado é trabalhar o coração, no sentido de não deixar ser levado ou escravizado por este sistema, logo, cumprindo a recomendação de Paulo no livro de Coríntios, que diz “todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma” (1 Coríntios 6:12).
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Vamos prosseguir no caminho do Evangelho Genuíno, conforme a doutrina dos apóstolos de Jesus Cristo.
Se a trombeta der sonido incerto, quem se preparará para a batalha? (1 Co 14:8).