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144 mil selados uma multidão diante de Deus

O assunto dos 144 mil selados divide opiniões entre os estudiosos bíblicos. Uma parte defende que ele deve ser interpretado de maneira literal enquanto outros sustentam que a referida passagem pode ser interpretada de maneira simbólica.

Independentemente da quantidade taxativa (144 mil), este número revela conceitos que se conectam com os preceitos divinos, principalmente com as festividades solenes.

Observando pelo prisma das Escrituras Sagradas
A solenidade de Pentecostes está associada com “os primeiros frutos da colheita do trigo” (Êx 34:22), envolvendo a oferta do molho/feixe (do hebraico ‘omer, עמר), movida pelo sacerdote. Assim sendo, considere as seguintes informações:

● Ômer (עמר ‘omer) = medida da porção diária destinada ao sustento de um homem (Êx 16:16); também chamada de “molho” da colheita (Lv 23:15); ômer/molho equivale a um dia (24 horas) de trabalho;

● Sabemos que, na criação, Deus trabalhou 6 dias e descansou no 7º dia; Jesus declarou: “Meu Pai trabalha até agora” (Jo 5:17);

● Vejamos, também, a declaração de Pedro: “não ignoreis uma coisa, que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia” (2 Pe 3:8);

● Se 1 dia tem 24 horas, então, 1 dia milenar tem 24.000 horas. Assim sendo, 6 dias milenares equivalem a 144.000 horas;

Portanto, pelo prisma da interpretação simbólica, podemos compreender que Deus tem trabalhado diariamente em prol de seus filhos, durante todo o curso da humanidade, isto é, durante os 6 dias milenares (6000 anos), que equivalem a 144.000 horas.

Logo, os 144 mil selados podem representar, simbolicamente, a obra ininterrupta do Senhor, antes de iniciar o descanso solene do sétimo milênio.

Por que Dã e Efraim não são mencionados nesta relação
Outra meditação que precisamos fazer se refere às doze tribos mencionadas na relação dos 144 mil selados (Apocalipse 7:4-8), cuja listagem difere das doze tribos distribuídas por territórios. Nesta última, não aparecem Levi e José.

Na listagem dos 144 mil, não aparecem Efraim e Dã.

Comecemos esta análise pela tribo de Dã.

A resposta para esta ausência pode ser encontrada na mensagem de Jacó, antes de sua morte: “Dã será serpente junto ao caminho, uma víbora junto à vereda, que morde os talões do cavalo e faz cair o seu cavaleiro por detrás” (Gênesis 49:17).

As Escrituras apontam a atitude hostil e tamanha agressividade de Dã diante de um “povo em paz e confiado” na cidade Laís (Juízes 18), bem como a desobediência aos mandamentos do Senhor, cujas práticas idólatras influenciaram Jeroboão e as demais tribos do Norte, estabelecendo a região de Dã como ponto de encontro para a adoração do bezerro de ouro (1 Reis 12:30).

O fato da tribo de Dã ser preterida da relação dos 144 mil selados faz consonância com a apostasia, i.e., o abandono da fé e da aliança do Senhor.

Analisando, agora, acerca de Efraim, primeiramente precisamos ter o entendimento de que esta tribo representava as dez tribos do Norte (1 Reis 11:31).

Ao olharmos para a bênção que ela recebeu de Jacó, sua descendência seria incontável, ou seja, Efraim seria uma “multidão de nações” (Gênesis 48:19, grifo nosso).

Para que estas palavras se cumpram, Efraim não poderia ser referenciada apenas como tribo ou uma única nação.

Desta maneira, diferentemente de Dã, não se trata da ausência de Efraim entre os 144 mil selados, mas sim, da sua “presença”, que pode ser constatada na menção, logo após a listagem das doze tribos: “…eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas” (Apocalipse 7:9, grifo nosso).

Uma descendência incontável como as estrelas do céu


Entendemos, pelas escrituras, que o povo de Deus foi representado por duas perspectivas: uma parte mensurável e outra parte imensurável.

Esta estrutura reflete o que já estava previsto no propósito de Deus para os dias vindouros, essencialmente no que tange à restauração do tabernáculo caído de Davi, algo que podemos constatar na história envolvendo a transição do reinado de Davi para Salomão.

De acordo com o primeiro livro de Crônicas, houve a contagem dos que deveriam servir no reino, iniciando com a ordem dos levitas (1 Cr 23), a ordem dos sacerdotes, liderados por Zadoque (1 Cr 24), a ordem dos músicos (1 Cr 25), os porteiros e os oficiais (1 Cr 26), bem como as divisões militares e os chefes das tribos (1 Cr 27).

Todavia, uma parte do povo permaneceu sem contagem: “O rei Davi não contou os homens que tinham menos de vinte anos, pois Deus havia prometido fazer o povo de Israel tão numeroso como as estrelas do céu” (1 Crônicas 27:23, grifo nosso).

Logo, o reinado de Salomão (שלמה Shêlomoh – paz), recebeu um povo no qual uma parte foi mensurada e outra imensurável. Além disso, foi um reino marcado por plena paz e segurança.

Estas características prefiguram o reinado milenar de Cristo, que será estruturado com o Israel Terreno, que pode ser contado, bem como o Israel Celestial que, conforme as estrelas do céu, é impossível de ser contabilizado pelos homens naturais.

Um mistério precioso que merece meditação e cuidado


É importante tomarmos cuidado para não associar, taxativamente, os 144 mil selados de Apocalipse com o Israel Terreno.

Paulo, ao tratar acerca da redenção de todo o Israel (celestial e terreno), no capítulo 11 de Romanos, finaliza afirmando que é um assunto demasiadamente profundo.

Todavia, o que precisamos ter em mente é que a ação do Espírito Santo sobre o Israel Celestial aponta para o estabelecimento de reis e sacerdotes, segundo a ordem de Melquisedeque, enquanto o Israel Terreno receberá “Espírito de graça e de súplicas” (Zacarias 12:10), conduzindo-os para o exercício sacerdotal no plano terreno (Ezequiel 44:15).

Em todas essas coisas o ponto primordial é a ação do Espírito Santo sobre os servos de Deus e Pentecostes envolve uma ação espiritual.

As informações deste artigo foram extraídas do ebook “MOW’ED – Solenidades Bíblicas e os Últimos Dias”. Se você já adquiriu e foi edificado por estes escritos, incentivamos que compartilhe com amigos e familiares.

Vamos prosseguir no caminho do Evangelho Genuíno, conforme a doutrina dos apóstolos de Jesus Cristo.

Se a trombeta der sonido incerto, quem se preparará para a batalha? (1 Co 14:8).

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